A produção literária dos autores que hoje conhecemos como clássicos, especialmente de Cícero e Virgílio, é a fonte e o objeto de estudo mais ricos para o estudioso da língua latina em geral. Um bom ensino da língua latina é aquele que leva a uma leitura mais fluente de tais textos, como o faz o método já consagrado LLPSI.
Dentre as obras que fizeram história na literatura clássica latina (demarcada entre o primeiro século antes de Cristo e os primeiros dois séculos depois de Cristo) estão:
1) De belo gallico (Júlio César)* – História
2) De oratore (Cícero) – Retórica, Filosofia
3) Disputatio in Catilinam (Cícero)* – Retórica
4) Aeneis (Virgílio)* – Épica
5) Metamorphoses (Ovídio) – Épica
6) Ars amandi (Ovídio)* – Poesia
7) Satirae (Horácio) – Sátira
8) Cena Trimalchionis (Petronio)* – Drama
9) Germania (Tácito)* – Prosa, História
10) Amphitryo (Plauto) – Drama
11) Carmina (Catulo) – Poesia
12) Ab Urbe condita (Lívio) – História
13) Epistulae morales ad Lucilium (Seneca) – Cartas, Filosofia
14) Satirae (Juvenal) – Sátira
15) De Natura Rerum (Lucrécio) – Poesia, Filosofia
16) Epigrammata (Marcial) – Epigrama
17) De brevitate vitae (Seneca) – Prosa, Filosofia
* Disponível na seção de PDF!!!
Aqui serão aos poucos fornecidos resumos e resenhas das obras mencionadas acima
1) De Belo Gallico (I. Caesar):
Leitura magna voce do primeiro livro da obra!
Dentre as obras que fizeram história na literatura clássica latina (demarcada entre o primeiro século antes de Cristo e os primeiros dois séculos depois de Cristo) estão:
1) De belo gallico (Júlio César)* – História
2) De oratore (Cícero) – Retórica, Filosofia
3) Disputatio in Catilinam (Cícero)* – Retórica
4) Aeneis (Virgílio)* – Épica
5) Metamorphoses (Ovídio) – Épica
6) Ars amandi (Ovídio)* – Poesia
7) Satirae (Horácio) – Sátira
8) Cena Trimalchionis (Petronio)* – Drama
9) Germania (Tácito)* – Prosa, História
10) Amphitryo (Plauto) – Drama
11) Carmina (Catulo) – Poesia
12) Ab Urbe condita (Lívio) – História
13) Epistulae morales ad Lucilium (Seneca) – Cartas, Filosofia
14) Satirae (Juvenal) – Sátira
15) De Natura Rerum (Lucrécio) – Poesia, Filosofia
16) Epigrammata (Marcial) – Epigrama
17) De brevitate vitae (Seneca) – Prosa, Filosofia
* Disponível na seção de PDF!!!
Aqui serão aos poucos fornecidos resumos e resenhas das obras mencionadas acima
1) De Belo Gallico (I. Caesar):
Leitura magna voce do primeiro livro da obra!
3) Disputatio in Catilinam (Cicero)
Leitura magna voce do terceiro discurso (Oratio III)
Leitura magna voce do terceiro discurso (Oratio III)
4) Aeneis (Virgílio)
A Eneida tem seu nome tirado do nome do herói da épica de 12 cantos, Eneias, guerreiro troiano na guerra contra os gregos e "fundador" da cidade de Roma (a fundação se dá em 753 a.C., portanto em torno de 400 anos após a guerra de Tróia acontecer, no entanto o herói traz cultura e os deuses para a região de Latium, a região de Roma). Virgílio se consagra com essa obra na literatura latina como Homero se consagrou na literatura grega com a Ilíada e a Odisséia (o poeta latino se utiliza da mesma métrica, portanto com versos em hexâmetro: de seis pés).
O famoso episódio do cavalo de Tróia é narrado apenas aqui (canto II), não tendo aparecido nas épicas gregas. Os gregos teriam deixado um imenso cavalo de madeira de frente aos portões da cidade, dentro do qual esconderam seus melhores guerreiros, entre eles Ulisses e Pirro, filho de Aquiles, e se refugiaram em uma ilha próxima (ilha Tenedos). Os troianos, ao abrirem e verem o cavalo, tiveram opiniões diversas, sendo que alguns suspeitaram ser uma amardilha: Laocoon, sacerdote de Poseidon, adverte os troianos e lança uma haste na lateral no cavalo, que no entanto atinge apenas a madeira. Logo após duas serpentes marinhas surgem da ilha de Tenedo e agarram e matam ele e seus dois filhos (tal história virou o tema de uma famosa escultura, cujo original se encontra no Museu do Vaticano; vide foto). Os troianos acreditaram então que esse era um sinal da deusa Atenas e que o cavalo deveria ser levado até o templo dedicado a ela, dentro da cidade. Naquela noite os soldados gregos saíram de dentro do cavalo e colocaram cabo, em uma noite, à guerra que havia durado dez anos. Príamo, o rei de Tróia, fora morto pelo filho de Aquiles, Pirro. Eneias conseguiu fugir da cidade para decidir o futuro da Itália.
A Eneida tem seu nome tirado do nome do herói da épica de 12 cantos, Eneias, guerreiro troiano na guerra contra os gregos e "fundador" da cidade de Roma (a fundação se dá em 753 a.C., portanto em torno de 400 anos após a guerra de Tróia acontecer, no entanto o herói traz cultura e os deuses para a região de Latium, a região de Roma). Virgílio se consagra com essa obra na literatura latina como Homero se consagrou na literatura grega com a Ilíada e a Odisséia (o poeta latino se utiliza da mesma métrica, portanto com versos em hexâmetro: de seis pés).
O famoso episódio do cavalo de Tróia é narrado apenas aqui (canto II), não tendo aparecido nas épicas gregas. Os gregos teriam deixado um imenso cavalo de madeira de frente aos portões da cidade, dentro do qual esconderam seus melhores guerreiros, entre eles Ulisses e Pirro, filho de Aquiles, e se refugiaram em uma ilha próxima (ilha Tenedos). Os troianos, ao abrirem e verem o cavalo, tiveram opiniões diversas, sendo que alguns suspeitaram ser uma amardilha: Laocoon, sacerdote de Poseidon, adverte os troianos e lança uma haste na lateral no cavalo, que no entanto atinge apenas a madeira. Logo após duas serpentes marinhas surgem da ilha de Tenedo e agarram e matam ele e seus dois filhos (tal história virou o tema de uma famosa escultura, cujo original se encontra no Museu do Vaticano; vide foto). Os troianos acreditaram então que esse era um sinal da deusa Atenas e que o cavalo deveria ser levado até o templo dedicado a ela, dentro da cidade. Naquela noite os soldados gregos saíram de dentro do cavalo e colocaram cabo, em uma noite, à guerra que havia durado dez anos. Príamo, o rei de Tróia, fora morto pelo filho de Aquiles, Pirro. Eneias conseguiu fugir da cidade para decidir o futuro da Itália.
10) Amphitryo (Plauto)
Amphitryo, lider do exército Tebano, deixou sua morada e sua esposa Alcumena para lutar contra os Teleboanos, levando seu escravo Sósia consigo. Como o deus Júpiter estava apaixonada pela Alcumena, ele decide tomar a forma de Amphitryo para assim enganá-la e receber o amor dela. Para que alguém lhe dê cobertura, o deus ordena seu filho Mercúrio para que tome a forma do escravo Sósia e vigiar assim a casa.
Amphitryo, lider do exército Tebano, deixou sua morada e sua esposa Alcumena para lutar contra os Teleboanos, levando seu escravo Sósia consigo. Como o deus Júpiter estava apaixonada pela Alcumena, ele decide tomar a forma de Amphitryo para assim enganá-la e receber o amor dela. Para que alguém lhe dê cobertura, o deus ordena seu filho Mercúrio para que tome a forma do escravo Sósia e vigiar assim a casa.
12) Ab Urbe condita (T. Livius)
Leitura magna voce do livro XXI de Lívio
11) Carmina (Catulli):
- Poemas selecionados (Trad. de João Angelo Oliva Neto) III. fletus passeris Lesbiae Lugete, o Veneres Cupidinesque, et quantum est hominum venustiorum: passer mortuus est meae puellae, passer, deliciae meae puellae, quem plus illa oculis suis amabat. nam mellitus erat suamque norat ipsam tam bene quam puella matrem, nec sese a gremio illius movebat, sed circumsiliens modo huc modo illuc ad solam dominam usque pipiabat. qui nunc it per iter tenebricosum illuc, unde negant redire quemquam. at vobis male sit, malae tenebrae Orci, quae omnia bella devoratis: tam bellum mihi passerem abstulistis o factum male! o miselle passer! tua nunc opera meae puellae flendo turgiduli rubent ocelli. V. ad Lesbiam
Vivamus mea Lesbia, atque amemus, rumoresque senum severiorum omnes unius aestimemus assis! soles occidere et redire possunt: nobis cum semel occidit brevis lux, nox est perpetua una dormienda. da mi basia mille, deinde centum, dein mille altera, dein secunda centum, deinde usque altera mille, deinde centum. dein, cum milia multa fecerimus, conturbabimus illa, ne sciamus, aut ne quis malus invidere possit, cum tantum sciat esse basiorum. VII. ad Lesbiam Quaeris, quot mihi basiationes tuae, Lesbia, sint satis superque. quam magnus numerus Libyssae harenae lasarpiciferis iacet Cyrenis oraclum Iovis inter aestuosi et Batti veteris sacrum sepulcrum; aut quam sidera multa, cum tacet nox, furtivos hominum vident amores: tam te basia multa basiare vesano satis et super Catullo est, quae nec pernumerare curiosi possint nec mala fascinare lingua. VIII. ad se ipsum Miser Catulle, desinas ineptire, et quod vides perisse perditum ducas. fulsere quondam candidi tibi soles, cum ventitabas quo puella ducebat amata nobis quantum amabitur nulla. ibi illa multa cum iocosa fiebant, quae tu volebas nec puella nolebat, fulsere vere candidi tibi soles. nunc iam illa non vult: tu quoque impotens noli, nec quae fugit sectare, nec miser vive, sed obstinata mente perfer, obdura. vale puella, iam Catullus obdurat, nec te requiret nec rogabit invitam. at tu dolebis, cum rogaberis nulla. scelesta, vae te, quae tibi manet vita? quis nunc te adibit? cui videberis bella? quem nunc amabis? cuius esse diceris? quem basiabis? cui labella mordebis? at tu, Catulle, destinatus obdura. |
III. Pranto sob o pássaro da Lésbia Podeis chorar, ó Vênus, ó Cupidos, e quantos homens mais sensíveis vivam: morreu o pássaro de minha amiga, o pássaro, delícias da menina, que bem mais que seus olhos ela amava, pois era mel e tanto a conhecia quanto a filha conhece a própria mãe e de seu colo nunca se movia mas saltitando em torno aqui e ali somente a ela sempre pipiava. Agora vai por via escura lá se onde, dizem, ninguém voltou jamais. Ah! malditas, vós, trevas más do Orco que devorais as belas coisas todas: Ah, que maldade! Ah, pobre passarinho! Por tua culpa os olhinhos dela estão vermelhos e inchadinhos de chorar. V. à Lésbia Vamos viver, minha Lésbia, e amar, e aos rumores dos velhos mais severos, a todos, voz nem vez vamos dar. Sóis podem morrer ou renascer, mas nós quando breve morrer a nossa luz, perpétua noite dormiremos, só. Dá mil beijos, depois outros cem, dá mais mil ainda e enfim mais cem - então quando beijos beijarmos (aos milhares!) vamos perder a conta, confundir, p'ra que infeliz nenhum possa invejar, se de tantos souber, tão longos beijos. VII. À Lésbia Perguntas, Lésbia, quantos beijos teus bastam p'ra mim, e quantos são demais. Quantos sejam os grãos de areia Líbica a jazer em Cirene, em láser fértil, entre o templo de Júpiter ardente e de Bato vetusto o sacro túmulo; quantas estrelas, quando cala a noite, aos amores dos homens testemunham (furtivos), tantos beijos tu beijares basta a Catulo, insano, e é demais. Assim os curiosos não consigam computar nem más línguas pôr quebranto VIII. A si mesmo
Infeliz Catulo, deixa de loucura, e o que pereceu considera perdido. Outrora brilharam–te dourados sóis quando ias aonde levava a menina amada por nós como ninguém será; lá muitos deleites havia que bem querias tu e ela não queria mal. É certo, brilharam–te dourados sóis… Agora ela não quer; tu, louco, não queiras nem busques quem foge nem vivas aflito, porém duramente suporta, resiste. Vai, menina, adeus, Catulo já resiste, não vai te implorar nem à força exigir–te mas quando ninguém te quiser vais sofrer. Ai de ti, maldita, que vida te resta? Pois quem vai te ver? P’ra quem te enfeitarás? E quem vais amar? De quem dirás que és? Quem hás de beijar? Que lábios vais morder? Mas tu, Catulo, resoluto, resiste. |
15) Epigrammata (Martialis):
Aqui Marcial escreve mais de 13 livros de versos sobre diversos temas do dia-a-dia romano. É, junto com a Cena Trimalchionis, uma das obras mais relevantes da antiguidade para entender melhor sobre o cotidiano e hábitos dos antigos romanos.
Na maioria dos versos, Marcial provoca, ora de maneira mais delicada e implícita ora com uma boa dose de insultos, alguma personalidade da época, entre elas: poetas que recitam mal seus poemas ou que escrevem versos ruins; mulheres que recusam a se deitar com o poeta, e outras que aparentam ser castas mas que em realidade são mais liberais; amigos que não retribuem presentes ou que não pagam suas dívidas; convites para ceias, onde a comida é ruim e/ou o vinho não presta; etc.
No livro inicial, o Liber Spectaculorum, Marcial relata e descreve alguns jogos realizados no Coliseu, que tinha sido construído e inaugurado poucos anos antes dos epigramas. Relata batalhas navais e lutas entre animais, como leões, tigres, ursos, touros e rinocerontes.
Segue-se uma seleção de trechos dos epigramas, com traduções minhas:
Livro III, epigrama VIII:
"Thaida Quintus amat". Quam Thaida? "Thaida luscam."
Unum oculum Thais non habet, ille duos.
"Quinto ama a Thaís". "Que Thaís?" "A Thaís caolha".
Thaís não tem um olho, mas Quinto não tem os dois.
Livro IV, epigrama XXIV:
Omnes quas habuit, Fabiane, Lycoris amicas
Extulit: uxori fiat amica meae.
As amigas de Licoride estão todas mortas, Fabiano.
Que Licoride se torne amiga de minha esposa!
Livro IV, epigrama XLI:
Quid recitaturus circumdas vellera collo?
Conveniunt nostris auribus ista magis.
Por que, ao recitar os seus versos, tu cobres o pescoço com um pano?
Ele estaria melhor em nossos ouvidos.
Livro IX, epigrama XXI:
Artemidorus habet puerum, sed vendidit agrum;
Agrum pro puero Calliodorus habet.
Dic, uter ex istis melius rem gesserit, Aucte:
Artemidorus amat, Calliodorus arat.
Artemidoro tem um garoto, mas vendeu o campo;
Calliodoro, ao invés do garoto, tem um campo.
Diga-me Aucto, quem destes fez o melhor:
Artemidoro ama, Calliodoro ara.
Aqui está uma lista com meus epigramas favoritos:
Livro I: XXXVII, XLVII, LXXXIII
Livro II: XLII, LXII
Livro III: VIII, XXVI, LI, LXXI, LXXII, LXXXV, LXXXVII
Livro IV: XXIV, XLI, LXXI
Livro V: LXXXI
Livro VI: XXIII, XXXVI, LXVII
Livro VII: III, XXX, LXXV
Livro VIII: XII, XXVII, XXIX, XXXV, LIV, LXIX, LXXIX
Livro IX: IV, X, XXI, XXXIII, LIII, LXIX, LXXX
Livro X: LXXXIV
Livro XI: XIX, XXV, XXX, LXII, LXIII, LXIV, LXVII, XCII, XCIII, XCV, XCVII, CI
Livro XII: VII, XII, XXII, XXIII, XXXIII, XXXV, LXIX, LXXXV, LXXXVI, LXXXVIII, XCI
17) De Brevitate Vitae (Seneca)
Leitura magna voce do opúsculo inteiro de Seneca
Leitura magna voce do opúsculo inteiro de Seneca